Lojistas apontam falhas e solução para a medida, mas previsão de abertura não está definida

Com o avanço da Covid 19 na capital mineira, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) optou por fechar mais uma vez o comércio não essencial na cidade. É a terceira vez que o prefeito toma essa medida desde o início do isolamento social no país. O decreto foi formalizado no dia 8 de janeiro, sexta-feira.

Lojistas de diversos segmentos ficaram espantados com a notícia, especialmente aqueles que trabalham com o setor automotivo de venda de carros, que também teve que fechar as portas desde segunda-feira, 11. O motivo, é que as vendas de carros seminovos cresceram consideravelmente no final de 2020, após um rombo no início da pandemia, e o automóvel individual ou pouco ocupado funciona como uma barreira sanitária, já que as aglomerações nos coletivos poderiam ser evitadas se as pessoas pudessem optar pelo carro.

Flávio Maia, diretor da Associação dos Revendedores de Veículos de MG (ASSOVEMG), pontua que a aglomeração nas lojas de automóveis é algo pouco comum e fácil de ser evitada. “As lojas de veículos são grandes, com aproximadamente 500m². Recebem pouquíssimos clientes por vez, não há aglomeração. Hoje as pessoas não passam mais tanto tempo dentro da loja vendo todos os modelos, pois já chegam com o automóvel escolhido acertado pela internet com o vendedor, e vão a loja apenas para formalizar as últimas informações. É uma operação rápida.”

Além disso, os lojistas desse segmento precisam operar para conseguir arcar com o IPVA do estoque. A Associação conta com 117 lojas com estoque médio de 40 carros cada uma. Considerando o preço médio do IPVA, que é de R$ 1.400,00, os revendedores podem tomar até 7 milhões de reais em dívidas, sem contar alguns prejuízos e também o pagamento do IPTU.

O pior, é que o recurso desses pagamentos seria destinado à contenção da Covid 19 no estado de Minas Gerais. Se não há trabalho, os impostos atrasam no pagamento e as consequências podem ser catastróficas para ambos os lados.

A Associação retifica que é contra o fechamento das lojas automotivas, já que nesse momento elas se classificam como atividade essencial, conforme deliberação nº 34 do comitê extraordinário de Minas Gerais de 14/04/2020, onde isto foi retificado, e se solidariza com todos os lojistas afetados nesse lamentável momento.

Fonte: Flávio Maia, formado em administração com MBA em projetos na Fundação Dom Cabral e Finanças no IBMEC. É também sócio fundador da AutoMaia Veículos.


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