Carolina Ponte – Divulgação.
11 OBRAS FICAM EXPOSTAS NA GALERIA 1 DA DOTART ENTRE 21/10 E 4/12
A dotART galeria realiza sua primeira exposição desde o início da pandemia com obras da artista Carolina Ponte. A mostra individual “Caleidoscópio” será lançada com visitas guiadas pela artista, nos dias 21 e 22 de outubro e fica disponível para visitação gratuita até 4 de dezembro.
Será a estreia da artista na capital mineira e também sua primeira exposição somente de cerâmicas inéditas. “Meu interesse em trabalhar com a cerâmica veio desde 2012, quando fiz minha primeira peça. Tenho curiosidade pelo fazer tradicional e me interessa trazer essa informação para o meu trabalho. Quando o curador Wilson Lázaro me convidou para pensar numa exposição só desse meio achei que seria um momento interessante para mergulhar no processo. As obras foram criadas a partir das referências à ornamentação que já trago nos meus trabalhos em desenho e crochê e ao fazer tradicional da cerâmica. Fui misturando as referências e como num caleidoscópio as peças foram surgindo através dessa colagem de elementos”, conta a artista.
De acordo com o diretor artístico da galeria, Wilson Lázaro, o suporte escolhido exige que o artista toque o material a fundo e permite que a obra toque as pessoas. Carolina Ponte foi responsável por todos os processos de criação e produção das obras que compõem a mostra, desde o conceito e moldar a cerâmica até a queima e pintura das peças.
“No futuro só teremos os artistas que souberem fazer a sua obra, como um bom artesão. Não adianta ter conceito e não ter obra. Ter um trabalho conceitual, que tem que vir com uma bula paras pessoas entenderem. Estamos voltando à origem do fazer artístico, aquele trabalho que emociona. Um movimento de rever as emoções. Essa exposição é isso”, explica Lazaro.
São obras em médio e grande porte, com muitas cores e detalhes. “Espero que as pessoas possam passear por essas cores e formas, se perdendo nos detalhes e imaginando o processo do fazer da cerâmica. Que possam relacionar as formas com objetos já conhecidos ou até mesmo com formas da natureza. Que se surpreendam com a mistura das formas e das cores como fazemos ao brincar com um caleidoscópio. Estou muito feliz e com um frio na barriga. Para mim essa exposição abre um novo caminho dentro do meu processo artístico, em um momento que acho que todos nós acabamos buscando novos caminhos”, comenta Carolina.
A mostra também reabre uma ampla discussão sobre as diferenças entre decoração e arte decorativa. Como principal distinção, o diretor explica que a arte decorativa vem da Roma antiga, está sempre no pedestal, você tem que olhar para ela. “A decoração só preenche, você não olha para ela. A decoração é vazia. O objeto de arte pode ser decorativo, mas ele enriquece a casa. A decoração é efêmera, é rasa. A arte decorativa fica. O quadro não é para enfeitar a parede, é para dar sentido a ela. A arte decorativa traz uma história para a vida da pessoa e ela perpetua. A obra traz um sentido para uma casa. A gente vai e a obra fica”, finaliza.
Sobre Carolina Ponte
O trabalho de Carolina Ponte (Salvador, Brasil, 1981) tem como referência principal a integração de práticas populares ornamentais à produção contemporânea. O crochê o desenho e a cerâmica são os principais suportes utilizados pela artista, que explora também a combinação entre distintas padronagens, cores e ritmos em obras com forte inclinação para instalações. A artista vive e trabalha em Petrópolis, Rio de Janeiro.
Principais exposições individuais: “Carolina Ponte” MDM Gallery, Paris (2016), “E o silêncio?”, Galeria Enrique Guerrero, Cidade do México (2016), “Dusk to dawn… Threads of infinity”, Anima Gallery, Doha (2014), “Filigranas” Zipper Galeria, São Paulo (2013).
Principais exposições coletivas: “Loose ends” Jane Lombard Gallery, New York 2021, “Aquilo que nos une”, Caixa Cultural Rio de Janeiro (2016), “Watercolour”, Textile Museum of Canada (2015), “Lugar Comum”, SESC Quitandinha, Petrópolis (2012), “Pontos de Encontro: Pedro Varela e Carolina Ponte”, Espaço Cultural da Caixa, Salvador, Brasil (2011).
Sobre a dotART
A dotART galeria foi criada pelo casal Feiz e Maria Helena Bahmed na década de 70, hoje dirigida por Leila Gontijo. É uma galeria de arte pioneira na divulgação e promoção da arte em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, apresentando uma arte vanguardista com grandes apostas para o cenário cultural da cidade como Volpi, Ianelli e Mabe e Tomie Ohtake.
Fez de seu espaço um lugar para ser, pensar, produzir, experimentar, celebrar e comercializar a arte de uma forma poética. Isso possibilita, ao longo de sua trajetória, uma maior eficácia na relação entre o espectador e o objeto de arte em foco.
Através da sua programação de exposições constantemente, apresentou aos mineiros um elenco de criadores com diferentes linguagens e suportes. Crê que cada objeto de arte é um canal factível com potência de irradiar cultura, e amplia o seu campo de ação ao estimular a rede de colecionadores, arquitetos, decoradores e amantes da “Arte” com a qualidade e o frescor das criações dos seus artistas.
A larga experiência e seriedade na parceria com novos valores fizeram da galeria também um posto avançado da produção mais atual da arte no Brasil e no mundo. Ao longo desses 40 anos, vários artistas já passaram pela galeria, que tem um acervo cuidadoso e especial que transita entre o acadêmico, moderno e o contemporâneo
SERVIÇO:
Exposição Caleidoscópio – Carolina Ponte
Abertura: 21 e 22 de outubro, das 10h às 18h
Visitas guiadas e conversas com a artista.
Visitação: até dia 4 de dezembro
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 18h | sábado, das 10h às 13h
Local: dotART galeria (rua Bernardo Guimarães, 911, Savassi, Belo Horizonte)
Entrada gratuita
Informações: (31) 3261-3910
atualizado em 25/10/2021 - 10:30