STELINHA – Dir. Miguel Faria Jr – (1990).
Edição será virtual com acesso aos filmes e conteúdos de maneira gratuita entre 11 e 17 de outubro
Cinema e música têm uma relação que vai além da trilha sonora. São duas manifestações artísticas intensas, carregadas de emoção, revolução e resistência. Por isso, em 2021, a Mostra Curta Circuito uniu essas duas paixões nacionais e traz sete filmes brasileiros que contam a história da música e dos músicos. Com direção de Daniela Fernandes e curadoria de Andrea e Carlos Ormond, o evento acontece online pelo site da Mostra www.curtacircuito.com.br, entre 11 e 17 de outubro, com filmes disponíveis a partir das 20h em cada dia e participação gratuita.
“Em anos anteriores debatemos filmes populares (2017), violência (2018), fé, magia e mistério (2020). Nosso recorte da curadoria conta não especificamente a história da música, mas histórias de música – e de músicos. Em todos os filmes, existe um ponto convergente: os músicos são protagonistas de experiências e emoções, levando de carona o espectador”, explica a curadora Andrea Ormond.
Para a diretora Daniela Fernandes, o cinema e a música, libertam em tempos de isolamento. “A arte vem sendo nossa salvação, enquanto a realidade ainda nos deixa desamparados. Esta edição do Curta Circuito vem como mais um alento a todos aqueles que resistem. A programação está recheada de histórias e da presença de personagens femininos marcantes da filmografia brasileira, dos anos que trazem som, cor, vivacidade, liberdade e postura. Na semana que comemoramos a Música Popular Brasileira, fizemos uma parceria inédita com o Festival Musimagem, convidamos compositores de música para o audiovisual para debater junto com os nossos críticos os filmes em exibição. Curtiremos ainda que em casa e continuaremos a resistir”, completa.
Na programação, Stelinha (1990) conta a história de uma antiga diva do rádio, que se envolve com um rapaz nascido durante a ditadura militar de 1964, que não conheceu Marlene e Emilinha nos tempos áureos. Bete Balanço (1984) é a ode afetiva ao BRock, o som que provavelmente o rapaz de Stelinha ouviria. Tem um sururu de videoclipe e revolução de costumes – a garota transa com homem e com mulher, além de fumar cigarros controvertidos.
Ritmo alucinante (1975) serve de documentário para o festival que realmente aconteceu, o Hollywood Rock, repleto de roqueiros jovens – entre eles, Lulu Santos, integrante da banda Vímana – e “quadrados”, como Cely Campello. Corações a mil (1981) usa a nesga de ficção para acompanhar a turnê de Gilberto Gil e banda. A ficção entra aqui como subterfúgio para a plateia matar a vontade de Gil, na época em sucesso retumbante.
Um trem para as estrelas (1987) mostra o fracasso de um saxofonista envolvido em puro cinema policial, enquanto Para viver um grande amor (1983) recria Pobre menina rica – musical de Vinícius e Tom –, com a violência urbana sob outra perspectiva. Sem fugir do universo popular, Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa (1969) traz o ídolo que, de tão ídolo, pode se dar à brincadeira de bancar o James Bond. Note-se a presença de Erasmo Carlos, que aparece, já em outra encarnação, no palco de Ritmo Alucinante.
Entre os convidados para falar sobre os filmes estão os críticos: Fernando Oriente, Gabriela Wondracek Linck, Eduardo Haak, Eliska Altmann, João Carlos Rodrigues, Lufe Steffen, Ricardo Schott e os compositores: Alberto Rosenblit, Felipe Radicetti, Rafael Vicole e Zéh Netto.
Como funciona o Curta Circuito em formato virtual
A mostra em tempos pré-pandêmicos tinha duração de quatro meses, mas ainda pensando no bem-estar de todos e em evitar aglomerações, a edição 2021 será virtual com cada dia dedicado a um filme.
Além do longa disponível para apreciação do público no site da Mostra Curta Circuito, os participantes têm acesso ao caderno de crítica, tanto impresso quanto em audiobook, um bate-papo discutindo sobre a película e suas temáticas, além de um podcast. “Dessa forma, o espectador tem um pacote completo sobre o filme, ele é capaz de fazer uma imersão a cada título que decidir assistir, aprofundando tanto nos aspectos musicais quanto em seu marco na história do cinema”, revela Daniela Fernandes.
Cada longa fica disponível por 24 horas para assistir a partir do horário de liberação previsto na programação, mas os outros conteúdos podem ser acessados sempre que quiser, uma vez que fazem parte do amplo acervo de valorização ao cinema nacional promovido pela Mostra.
O Curta Circuito conta com os patrocínios da MGS e Sambatech. Apoio: Canal Brasil. Correalização: Frutilla Filmes e Mascote Realização: Le Petit. Projeto Curta Circuito – Mostra de Cinema, é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Sobre o Curta Circuito
Durante sua trajetória, iniciada em 2001, a Mostra de Cinema exibe exclusivamente filmes nacionais, sempre com entrada franca, reuniu um público de mais de 82 mil pessoas, que estiveram presentes nas quase cinco mil sessões apresentadas. A mostra é dirigida por Daniela Fernandes, da Le Petit Comunicação Visual e Editorial, com curadoria assinada pela crítica de cinema e autora do blog Estranho Encontro, Andrea Ormond e com consultoria de Carlos Ormond. É referência em Minas e no Brasil como ação de formação qualificada de público, espaço de reflexão e debates sobre a cultura audiovisual e todos os aspectos que a envolvem, sejam técnicos, narrativos, estéticos, culturais e políticos.
O Curta Circuito já atuou em 18 cidades dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pará e atualmente está presente em Belo Horizonte – onde tem como “sede” de suas exibições o Cine Humberto Mauro – e nos municípios mineiros de Montes Claros e Araçuaí. Já passaram pelo projeto convidados como Nelson Pereira dos Santos, Zé do Caixão, Sidney Magal, Othon Bastos, Antônio Pitanga, Nelson Xavier, Darlene Glória entre outros. O Curta Circuito atua também na preservação e memória do cinema brasileiro, trabalhando na restauração de filmes, em parceria com a Cinemateca do MAM-RJ. A iniciativa recebeu Mention do D’Hounner em Milão, em 2013, pela restauração do filme “Tostão, a fera de Ouro”, da década de 1970.
SERVIÇO:
21ª Mostra de Cinema Curta Circuito
Data: de 11 a 17 de outubro
Programação gratuita
Todos os filmes entram em cartaz às 20h e ficam disponíveis por 24 horas.
Webinar, Audiobook, Cadernos de Críticas ficam disponíveis permanentemente no site da Mostra.
Acesso: https://www.curtacircuito.com.
Informações: Instagram.com/CurtaCircuito
Programação
14/10
CORAÇÕES A MIL
Dir. Jom Tob Azulay| 1983, 85′
Jairo, comunicólogo, tipo intelectual e desligado, e Su, a super-tiete, são a dupla central desta comédia musical. Ele, detentor de um discurso ininteligível, trabalha para importante agência de comunicação social, da qual recebe a difícil missão de descobrir “a fórmula secreta” usada pelo ídolo Gilberto Gil para conquistar as plateias. Ela, apaixonada pelo astro, não perde um único show.
Com Gilberto Gil, Regina Casé e Joel Barcellos
Webinar e Podcast com a crítica Eliska Altman e o diretor do filme Jom Tob Azulay.
15/10
PARA VIVER UM GRANDE AMOR
Dir. Miguel Faria Jr | RJ, 1984, 103′
O filme, baseado na peça “Pobre Menina Rica”, de Carlos Lyra e Vinícius de Moraes, conta a história de moradores de favelas cariocas que passam a ocupar prédios vazios do Rio de Janeiro, criando uma nova sociedade nos bairros abandonados pelos ricos. É nesse contexto que se dá o encontro entre Vinícius, um compositor pobre, e a menina rica Marina.
Com Djavan, Patricia Pillar, Paulo Goulart, Zezé Motta, Elba Ramalho, Nelson Xavier, Gloria Menezes.
Webinar e Podcast com a crítica Gabriela Wondracek e o compositor Rafael Vicole.
16/10
UM TREM PARA AS ESTRELAS
Dir. Carlos Diegues | 1987, 103′
Depois de uma noite de amor incrível, a namorada de um saxofonista some. Enquanto a procura nas ruas do Rio de Janeiro, ele vive uma série de aventuras inusitadas.
Com Guilherme Fontes, Milton Gonçalves, José Wilker, Betty Faria e Taumaturgo Ferreira
Webinar e Podcast com o crítico Eduardo Haak e a curadora da Mostra Andrea Ormond.
17/10
STELINHA
Dir. Miguel Faria Jr | RJ, 1990, 112′
Stelinha foi uma cantora de sucesso na época do rádio. Hoje decadente, se envolve com um jovem roqueiro, que resolve ajudá-la a voltar a cantar. Essa amizade pode ser o início de uma nova vida para ela.
Com Ester Góes, Marcos Palmeira, Andre Barros, Lília Cabral.
Webinar e Podcast com o crítico João Carlos Rodrigues e o compositor e músico Felipe Radicetti