Especialista revela como a saúde mental interfere na vida financeira  e dá dicas de como sair do vermelho

O mundo, e não apenas o Brasil, passa hoje momentos jamais vivenciados pela maioria da população economicamente ativa. Passamos por uma crise sanitária, econômica, política, financeira e ainda não sabemos e nem temos sinais de como toda essa situação irá se refletir nos próximos meses. Nem os maiores pensadores e especialistas das áreas conseguem mensurar o que está por vir.

Diante de tudo isso, a mente das pessoas está abalada. “Creio que não temos muitas respostas, mas acredito que podemos, no que está ao nosso alcance, minimizar algumas adversidades de nosso presente e futuro. Em uma análise mais profunda, a falta de dinheiro causa muita preocupação e até problemas mais extensos no dia a dia. Por isso, podemos afirmar que existe uma ligação direta entre a saúde psicológica e financeira de qualquer ser humano”, revela o especialista financeiro Robson Evangelista.

Segundo pesquisa publicada pelo Serasa, o total de brasileiros com contas em atraso é de 63 milhões em abril, alta de 0,7% com relação a março. De acordo com a Serasa Experian, o ano de 2021 já acumula 1,62 milhão de pessoas que deixaram de pagar suas dívidas e acabaram sendo negativadas. Outro fato que o estudo mostra é que o número de devedores em abril deste ano é o maior desde agosto de 2020, com 39,5% da população adulta nesta situação.

Então, o que fazer?

É necessário efetuar mudanças rapidamente. “Não desejamos aqui elaborar fórmulas mágicas, mas sim esclarecer algumas posições com base em nossas experiências, estudos e pesquisas. O intuito é sugerir possíveis soluções e ações que possam contribuir e ajudar a encontrar o equilíbrio entre sua saúde mental e financeira. Já sabemos que o mau-humor, irritação, isolamento social, falta de produtividade no trabalho e na vida são alguns dos principais efeitos causados por problemas financeiros. Também descobrimos que estar endividado pode levar para um caminho até inconsciente no envolvimento com compulsões e uso excessivo de cigarro, álcool, comidas, compras e drogas ilícitas em busca de amenizar as frustrações”, alerta.

Robson aproveita e deixa algumas dicas para quem se encontra em tal situação, veja:

1- Reconhecer sua situação e admitir a existência de um problema é o primeiro passo para conseguir resolver os problemas. Essa decisão é mundialmente reconhecida como a abertura de portas para sua nova vida.

2- Procure ajuda profissional. Em momentos como estes, procurar por alguém que tenha maior conhecimento e experiência na área financeira e que consiga analisar a situação de fora, irá ajudar muito a enxergar soluções viáveis e assertivas para sua vida.

3- Faça um planejamento financeiro. Colocar todas as suas receitas e despesas em uma planilha ou papel irá contribuir para que consiga ter uma visão mais precisa e completa da sua situação. Isso permite também saber exatamente dos gastos necessários e receitas disponíveis e, consequentemente, maior controle da sua vida financeira.

4- Tente negociar as dívidas com seus credores, como prazo ou formas de pagamento. Isso permitirá a diminuição da ansiedade.

5- Faça investimentos em estudo e conhecimento. Procure conhecer mais e melhor sobre finanças, fazendo cursos gratuitos de planejamento e organização financeira ou até participando de lives nas redes sociais.

6- Reserve uma quantia de emergência e aposentadoria. Este é um ponto importante e que deve ser levado em consideração no início de sua organização financeira. Estas reservas mensais irão contribuir em futuros imprevistos como, crises financeiras, políticas e econômicas, desemprego e em outras situações inesperadas.

7- Cuide de sua mente e corpo. Praticar atividades físicas e de relaxamento é comprovadamente uma grande ferramenta no tratamento psicológico e ajudam a produzir endorfina, que é um analgésico natural e contribuem diretamente em seu bem-estar físico e mental.

A falta de dinheiro é reversível. Conseguir organizar a vida e adquirir equilíbrio da mente possibilita visualizar possíveis soluções com maior clareza e saídas mais eficazes e assertivas para quitar as dívidas. “Mas lembre-se sempre, que o equilíbrio tem que atingir os dois lados e nunca descontar um no outro, como forma de compensação. Não importa o que veio primeiro, dificuldades financeiras ou adoecimento psicológico. A melhor solução sempre será tratar os dois assuntos simultaneamente”,conclui Robson.

Fonte: Robson Evangelista é Consultor em Gestão Financeira Empresarial, tem mais de 15 anos de experiência, atuando nas áreas Administrativa, Financeira e Controladoria em empresas de vários segmentos. Formado em Ciências Contábeis, com MBA em Gestão Fiscal e Tributária e Finanças.


comentários