Com a consulta pública sobre a obrigatoriedade do privilégio da meia-entrada nos cinemas brasileiros, o segmento de eventos acredita na possibilidade de acabar com essa ‘injustiça histórica’

A polêmica da meia-entrada volta a tomar conta das discussões. O Ministério da Economia defendeu publicamente a extinção de todas as regras que garantem o benefício e a Agência Nacional de Cinema (Ancine) realiza uma consulta pública sobre a obrigatoriedade legal da cobrança e seus impactos. Com isso, produtores de eventos de todo o país enxergam a possibilidade de ter as suas reinvindicações atendidas.

De acordo com nota da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE, entidade que representa 300 associados do segmento da cultura e entretenimento de 23 Estados brasileiros, a extinção do privilégio da meia-entrada em eventos culturais no Brasil corrigiria uma injustiça histórica. “É uma intervenção estatal na economia que toma 50% da receita de alguns setores sem compensação, ao contrário do que ocorre em outros segmentos”, ressalta Doreni Caramori Júnior, empresário e presidente da ABRAPE.

A luta pelo fim da meia-entrada é antiga em Minas Gerais. Para Tiago de Brito, diretor regional da ABRAPE-MINAS, é necessário analisar racionalmente a questão. “O produtor de eventos é obrigado a oferecer a meia-entrada, mas não existe nenhum tipo de subsídio ou compensação por parte do poder público, por ser obrigado a dar esse desconto. O resultado disso, é que a maioria da população brasileira é penalizada, pagando dobrado,  para que uma minoria possa pagar a metade. Essa é uma equação onde todos perdem, produtores de eventos e principalmente o público com menor poder aquisitivo, ou seja, alguns pagam muito mais para ter acesso ao mesmo evento no mesmo lugar”, finaliza.


atualizado em 11/08/2020 - 16:19

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