Especialista explica os perigos que a perda auditiva em um ouvido pode causar

Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) em todo o mundo, 466 milhões de pessoas sofrem de algum tipo de perda auditiva. Essa perda de audição pode acometer os dois ouvidos ou apenas um.

A surdez unilateral é caracterizada por uma alteração auditiva (parcial ou total) em apenas um dos ouvidos, sendo no outro a audição normal. Caso a deficiência seja profunda ela é chamada de deficiência auditiva unilateral, sigla em inglês, SSD (single-sided deafness).

Esse tipo de alteração é mais comum do que possamos imaginar e traz sérios impactos para a pessoa portadora dessa perda auditiva. No dia a dia, em condições de silêncio, o entendimento da fala não é comprometido, entretanto, durante conversas em grupos nas quais haja ruído de fundo essa mesma fala será muito difícil de ser compreendida.  “A pessoa terá grande dificuldade em localizar a fonte sonora, ficando sem saber, por exemplo, de onde vem o som quando falam o seu nome; no trânsito (tanto como pedestre quanto como motorista) essa dificuldade pode ser muito perigosa.  O equilíbrio também será prejudicado uma vez que a audição está diretamente relacionada a ele. Assim, quando há alterações nesse sentido, a pessoa pode vir a sentir tontura”, explica a fonoaudióloga, sócia e diretora clínica da Sonoritá.

Assim como na surdez bilateral, a deficiência auditiva unilateral pode ser consequência de inúmeras doenças, entre elas podemos citar a surdez súbita, tumor, otosclerose, doença de Ménière, trauma, exposição a ruído excessivo, entre outras. “O tratamento para a surdez unilateral pode ser realizado através de cirurgia, implante coclear e uso de aparelho auditivo, tudo vai depender da causa da surdez”, destaca a fonoaudióloga.

A maioria das pessoas desconhece os tratamentos oferecidos para a surdez unilateral e, por terem uma “audição boa” no outro ouvido, acabam se acostumando com a deficiência. Uma solução disponível para esse tipo de perda auditiva é o uso do aparelho auditivo chamado CROS.

O sistema CROS é capaz de transmitir a informação sonora captada do lado do ouvido com a deficiência para o ouvido normal através de um sistema sem fio. Ele é composto por 2 aparelhos, um colocado no ouvido deficiente e o outro no normal.  O que é adaptado no ouvido com a surdez capta o som do ambiente daquele lado e o envia para o aparelho auditivo que está no outro lado, fazendo com que a pessoa tenha acesso a toda informação sonora e não perca nenhum detalhe. Isso faz com que a capacidade de compreensão da fala seja muito melhor, é um recurso prático e não invasivo.

Caso você tenha alguma queixa de audição, procure um centro auditivo e realize uma audiometria.

Não permita que a perda de audição comprometa a sua capacidade de comunicação e interação social. “Não deixe que essa condição te leve ao isolamento social. Caso seja indicado o uso do aparelho auditivo, fique tranquilo. Os aparelhos atuais são modernos, discretos e altamente tecnológicos. Eles trazem qualidade de vida ao paciente”, finaliza Tatiana.

Fonte: Tatiana Guedes Santólia Martini é fonoaudióloga sob o CRFa 6-3289. Sócia e diretora clínica da SONORITÀ Aparelhos Auditivos. Especialista em Audiologia, com vasta experiência em Seleção, Indicação e Adaptação de Aparelhos Auditivos.

Foto: Fonte internet


atualizado em 24/01/2023 - 09:50

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