Profissionais desembarcaram na capital federal para a quarta edição do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos, que debate variados temas e é palco para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e do Entretenimento; novo presidente da ABRAPE, Doreni Caramori, e o vice-presidente, Júlio Batista, foram indicados e eleitos no primeiro dia do evento 

A quarta edição do Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos foi iniciada nesta terça-feira, 26. Realizado pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – ABRAPE, o encontro reúne em Brasília, no hotel Royal Tulip, profissionais do setor de eventos de diversas partes do país. No primeiro dia, que foi restrito apenas a associados, foi realizada uma imersão entre os presentes com a pauta “A entidade que temos e a ABRAPE que queremos”. Inevitavelmente, dois temas polêmicos dominaram as discussões: a forma subjetiva de cobrança do ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – e a meia-entrada.

O ECAD, que é um escritório privado responsável pela a arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores, cobra dos produtores de eventos taxas referentes à execução das canções. De acordo com o presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim, o questionamento da entidade não é se deve ou não pagar, mas sim a forma como os valores são definidos. “Os critérios do ECAD são muito subjetivos e provocam uma relação muito conflitante”, afirmou o presidente da ABRAPE.

Carlos Alberto Xaulim destaca que o objetivo da ABRAPE é abrir e manter um diálogo produtivo com o ECAD. “Tentamos por diversas vezes conversar com a entidade, convidamos representantes para as edições anteriores dos congressos, e, enfim, após divulgarmos uma carta aberta informando que passaríamos a depositar os valores cobrados em juízo, iniciou-se uma conversa”, explicou o presidente, que ainda cita um trecho da carta: “o ECAD consegue fazer a equação mais difícil: desagrada todos que pagam e a maioria dos que recebem”.

O executivo da ABRAPE conta que o diálogo com o ECAD foi aberto, mas há muito o que avançar. “Um dos primeiros passos para implementar as mudanças é a aproximação com o parlamento. E isso já está acontecendo com a criação da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e do Entretenimento, que acontece amanhã (27) durante este congresso. O deputado federal Felipe Carreras, Presidente da Frente, foi essencial, para essa materialização”, disse Carlos Alberto Xaulim.

A meia-entrada também é fonte de insatisfação para os associados da ABRAPE e uma das principais pautas da entidade. “A meia-entrada, da forma como é feita, é muito ruim para o mercado. Por exemplo, em um evento cujo ingresso custaria R$ 100, temos que cobrar R$ 200 para que haja viabilidade. Mas isso acaba fazendo com que a pessoa de bem, que não usa carteira de estudante falsa, deixe de ir ao evento”, desabafou o presidente.

O diretor de assuntos legais da ABRAPE, Lúcio Oliveira, destaca que a entidade não defende o fim do benefício. Não somos contra a meia-entrada ou outro instituto que possa estimular a frequência em espetáculos e fomentar a produção cultural brasileira. As leis existentes sobre o assunto surgiram há muito tempo e disciplinam o direito sem definir a mecânica do desconto e os pré-requisitos para a emissão da carteira estudantil. Também não apontam a fonte de custeio do subsídio, que precisa ser definido pelo governo toda vez que ele interfere em qualquer setor da economia” explicou.

Eleição

No final deste ano termina o mandato do presidente da ABRAPE, Carlos Alberto Xaulim, mineiro que dirigiu a entidade por quatro anos. Com o objetivo de oportunizar produtores de outros estados, foi realizada uma eleição em que os associados indicaram o nome do novo presidente. Com unanimidade, Doreni Caramori, diretor do Grupo All, de Santa Catarina, foi eleito o novo comandante da entidade os anos de 2020 e 2021. E para dividir as responsabilidades, Julio Batista, também de Minas Gerais, assume a vice-presidência da entidade após atuar como tesoureiro no último mandato.

Doreni Caramori assume a presidência com ciência das prioridades, já que foi o vice-presidente nacional da entidade. “É difícil substituir o Xaulim, mas vamos continuar avançando com uma ABRAPE cada vez mais representativa. E para isso, eu contarei com a ajuda da diretoria, que será montada e de todos os associados”, discursa o novo presidente, que agora montará o um time de diretores para conduzir os trabalhos da associação durante os próximos dois anos.

Palestras

Logo após as discussões, principalmente acerca do ECAD e da meia entrada, e a eleição da nova diretoria, o diretor técnico do Sebrae nacional, Bruno Quick, e o diretor de operações do Bancoob, Enio Meinen, explanaram sobre a importância do associativismo.

Serviço

IV Congresso Brasileiro dos Promotores de Eventos

Local: Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada (Conj 1B – Asa Norte, Brasília – DF)

Datas: 26 e 27 de novembro – terça e quarta-feira

Horários:

26/11 – terça-feira: a partir das 14h

27/11 – quarta-feira: a partir das 9h

Informações:  secretariaexecutiva@abrape.art.br | (31) 97305-5375


comentários